Comissão Europeia publica estudo sobre a aplicação da Inteligência Artificial na saúde

Relatório destaca potencial transformador da IA, mas alerta para desafios em matéria de regulamentação, qualidade de dados e aceitação clínica

A Comissão Europeia publicou o relatório final do estudo sobre a implementação da Inteligência Artificial (IA) no setor da saúde, com o objetivo de compreender o estado atual da adoção de soluções baseadas em IA e identificar barreiras que impedem a sua integração plena nos sistemas de saúde da União Europeia.

O estudo analisou casos práticos em hospitais, centros de investigação, startups e empresas tecnológicas em toda a Europa, e identificou cinco categorias principais de aplicação da IA em saúde:

  1. Suporte à decisão clínica, como ferramentas de diagnóstico e prognóstico;

  2. Gestão hospitalar e operacional, incluindo otimização de recursos e fluxos de trabalho;

  3. Medicina personalizada e preditiva, através da análise de grandes volumes de dados clínicos e genómicos;

  4. Desenvolvimento de medicamentos e investigação biomédica;

  5. Monitorização remota de pacientes e saúde digital.

Barreiras à adoção de IA no setor da saúde

Apesar do potencial significativo, o estudo destaca diversos desafios estruturais, regulamentares e éticos, incluindo:

  • Falta de interoperabilidade e qualidade dos dados de saúde;

  • Dificuldades em demonstrar segurança, eficácia e desempenho clínico, especialmente para efeitos de conformidade com o Regulamento dos Dispositivos Médicos (MDR) e o Regulamento dos Dispositivos de Diagnóstico In Vitro (IVDR);

  • Desalinhamento entre soluções tecnológicas e fluxos de trabalho clínicos;

  • Resistência por parte dos profissionais de saúde, muitas vezes por falta de confiança nos algoritmos ou devido à escassez de formação;

  • Falta de clareza regulamentar para soluções baseadas em IA com capacidade de aprendizagem contínua.

Recomendações e implicações para fabricantes

O relatório recomenda ações a nível europeu, nacional e organizacional, incluindo:

  • Desenvolvimento de guias e normas técnicas para apoiar a avaliação e certificação de IA como dispositivo médico;

  • Apoio à validação clínica de soluções de IA em ambientes reais;

  • Esclarecimento do enquadramento regulamentar para soluções baseadas em IA adaptativa;

  • Formação e qualificação dos profissionais de saúde e das autoridades reguladoras.

Na Smart MDR, acompanhamos de perto os avanços regulamentares e tecnológicos na área da Inteligência Artificial em saúde. Trabalhamos com fabricantes e startups para assegurar que as soluções baseadas em IA cumprem os requisitos do MDR, IVDR e do futuro AI Act, promovendo a inovação segura e eficaz no setor.

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